Mandamentos: obstáculos ou asas para voar?

Há pessoas que acham serem os Mandamentos como que obstáculos que Deus põe no caminho e fica espreitando para ver quem tropeça e cai.

Nada mais longe da realidade do que essa ideia distorcida —e até ofensiva a Deus — do que são os Mandamentos. Vejamos porquê.

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Quando voltaremos à casa paterna?

Haveria um paralelo entre o filho pródigo do Evangelho e a atual situação da humanidade?

A liberdade e a razão são os dons mais preciosos recebidos do Pai. Em certo momento o homem resolveu utilizar esses dons separados de Deus, por assim dizer, fora da casa paterna. Num processo multissecular, primeiro rejeitou a autoridade da Igreja, em seguida a divindade de Cristo e, por fim, negou a própria existência de Deus.

Construiu um poderoso império: progrediu nas artes, nas letras, nas ciências, nas leis, nas comunicações… Parecia ter chegado a uma era de esperança, de alegria e de paz! Continue lendo Quando voltaremos à casa paterna?

Agir com cautela

Ao trocar o calendário para esse novo ano, percebi que no verso da última folha havia o texto abaixo. Pareceu-me que seria útil para aconselharmos outras pessoas, por isso o transcrevo. Procurei a indicação do autor, mas não havia nenhuma referência. Em todo caso publico. Se o autor aparecer começarei por dar-lhe um forte abraço.
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Previsões para 2018, ou melhor, atitudes para esse ano

“Nossa atual mania de pesquisas e previsões é sintoma de nossa incerteza crônica em relação ao futuro. Mesmo quando as previsões se revelam erradas, continuamos atrás delas. No passado, as sociedades tinham uma forte noção de uma vida eterna após a morte e, por isso, eram indiferentes a prognósticos, adivinhações e ‘profecias’” ⁽¹⁾.

Esta frase estava num folheto na sala de espera do dentista. Sobre ela, alguém havia escrito em letras bem grandes:

“É isso mesmo: deixamos de acreditar no certo para acreditar em charlatães!!!”

Por que trocamos o certo pelo duvidoso?

Um trecho do Evangelho, comentado no “Livro da Confiança” dá a atitude mais coerente com nossa fé.

“Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem nos celeiros e vosso Pai celeste as alimenta. Não valeis vós muito mais que elas?

E por que vos inquietais com as vestes? Olhai os lírios do campo; não trabalham nem fiam. Entretanto, eu vos digo: nem o próprio Salomão no auge de sua glória se vestiu como um deles.

 Se Deus veste assim a erva dos campos, que hoje cresce e amanhã será lançada ao fogo, quanto mais a vós, homens de pouca fé?

Não vos aflijais, nem digais: Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos?

São os pagãos que se preocupam com tudo isso. Ora, vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso” (Lc 6, 26-32).

Analisemos bem as palavras de Jesus:

Deus não nos trata com mesquinhez. No exercício de sua providência, como na Criação, Deus é de uma imensa prodigalidade.

Olhemos o Universo: quando Ele lança os mundos através dos espaços, tira do nada milhões de astros.

Para alimentar os pássaros, dá-lhes a mesa opulentíssima da natureza: os frutos que o sol amadurece, as sementes que o lavrador lança nos sulcos dos arados, os grãos das imensas plantações. Que lista variada para a alimentação desses humildes bichinhos!

Quando cria os vegetais com que graça enfeita as suas flores! Lavra-lhes a corola como se fossem joias preciosas, lança deliciosos perfumes em seus cálices, tece-lhes as pétalas de uma seda brilhante e as adorna com pinturas que os melhores artistas invejam.

E, tratando-se do homem, a sua obra-prima, o irmão adotivo do Verbo Encarnado, sua generosidade seria menor? ⁽2

Jesus conclui seu ensinamento, dizendo:

“Vosso Pai conhece as vossas necessidades. Procurai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Lc 6, 32-33).

Quando procuramos só o acréscimo, é possível que não tenhamos o Reino de Deus…

 

(1) Eric Hoffer (escritor norte-americano, autor de várias obras premiadas.) apud Pensamentos salutares, s/n, citado em folheto sem indicação de editor.

(2) Adaptado do Livro da Confiança, Pe. Thomas de Saint-Laurent. (Este magnífico livro é encontrável nas livrarias católicas ou via internet)

 

Ilustrações: Arautos do Evangelho, pixabay

Não exclui ninguém

Como é admirável a Santa Igreja nos seus Santos. Com maternal solicitude, cuida de todos seus filhos, desde o que está crescido, sadio até o menor, àquele que esteja enfermo.

Num breve relato da vida de dois santos podemos ver como a Igreja não exclui a ninguém. Continue lendo Não exclui ninguém

Mãe-coragem na Índia

Sapna Tracy

—  Se a senhora não começa logo a radioterapia deixará órfãos seus outros sete filhos!

— Há muitas pessoas de bom coração que podem cuidar dos meus outros sete filhos. Mas esse que trago em mim, só eu posso dar-lhe a vida.

Os médicos não insistiram mais. Sapna Tracy deu efetivamente à luz seu novo filho. Pouco mais de um ano depois, exatamente neste último Natal de 2017, entregou sua alma a Deus.

Sapna Tracy, católica, indiana, 43 anos é essa mãe-coragem. Católica praticante, conforme palavras do Arcebispo de Faridabad – disse aos médicos que “se sua vida era digna de valor, o mesmo valia para sua filha por nascer”.

INSPIRADA NO EVANGELHO

Sapna com esposo e filhos – No colo a menina por quem ela deu a vida

O mesmo Arcebispo afirmou que “o casal católico— pois o marido de Sapna apoiava inteiramente a sua decisão – recebeu sua inspiração da mensagem do Evangelho”.

O ato heroico de Sapna comoveu a Índia. De seu enterro participou uma multidão, e, nela o Arcebispo já citado, bem como o Arcebispo de Thrissur, além de inúmeros sacerdotes.

 

Com informações das agências de notícias internacionais como Asia News, LifeNews:

http://www.asianews.it/noticias-es/En-Kerala,-muere-Sapna-Tracy,-la-madre-pro-vida-que-se-neg%C3%B3-a-abortar-para-salvarse-42685.html

http://www.lifenews.com/2017/12/27/mother-of-7-dies-who-refused-cancer-treatment-to-save-her-unborn-baby-like-me-the-baby-has-a-right-to-life/

 

Ilustrações: Reprodução da imprensa internacional

Dois modos de ver o Menino Jesus

É noite, noite fria, noite de inverno. Na cidade agora deserta, as poucas réstias de luz provêm do aconchegado interior das casas, filtradas por portas e janelas tão bem fechadas quanto possível à pobreza do lugar. E pelas ruas vazias vagueia um casal cansado, à busca de hospedagem… Aparentemente, nada há de mais banal que esta cena. Continue lendo Dois modos de ver o Menino Jesus

Esperteza, uma virtude esquecida

É frequente encontrarmos quem ache que, pelo fato de alguém procurar ser bom, é um tolo, qualquer um engana, etc. Desse modo procuram associar a idiotice aos bons e a esperteza aos maus.

Essa visualização faz muitos que querem ser bons, velarem e diminuírem seu desejo e, às vezes, darem ares de “maus”, para serem aceitos pelo mundo. Continue lendo Esperteza, uma virtude esquecida

Quem são os pequeninos?

Em certos ambientes, ouve-se com frequência uma noção um tanto deformada do que é “ser pequeno”, “humilde”, etc. Mons. João Clá Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho esclarece bem o assunto no texto que publicamos a seguir.

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A VERDADEIRA ESSÊNCIA DA HUMILDADE

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

Nos dias atuais há quem, incumbido da missão de pregar, afirme ter vindo o Divino Redentor exclusivamente para os miseráveis e pobres, dando uma interpretação social — para não dizer socialista — a diversas passagens do Evangelho, e em concreto a este trecho tão profundo e magnífico, de maneira especial com respeito ao termo pequeninos.

OS PEQUENINOS NO CONCEITO DE JESUS

Pequeninos, na linguagem do Divino Mestre, são aqueles que duvidam das próprias forças, sabendo que por sua mera energia e empenho nunca poderão penetrar no plano sobrenatural da graça. Nossa filiação divina não procede de nossos méritos, para que ninguém se ufane(cf. Ef 2, 8-9), mas se opera através do Batismo, pelo qual nos é infundida uma participação criada na vida incriada de Deus: a graça santificante. Mais tarde essa relação com Deus se intensifica por meio dos demais Sacramentos e pelos exercícios de piedade, dos quais haurimos ânimo e vigor para praticar estavelmente a virtude. Eis a essência ado Reino de Deus que Nosso Senhor veio anunciar. Portanto, é preciso manter sempre presente no espírito o quanto tudo isso nos vem de uma revelação feita pelo Pai, como assevera São Tiago: “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes” (1, 17).

Já era assim no Paraíso Terrestre, onde o homem, criado em graça, embora no estado de prova, e adornado com uma panóplia de dons naturais, preternaturais e sobrenaturais, tinha de reconhecer essa distância infinita existente entre ele e seu Artífice, confessando-se mera criatura e restituindo a Deus o que Lhe é devido. A humildade do ser humano consistia em considerar essa verdade e, por tal convicção, Adão e Eva eram pequeninos. Pequeninos, sim, e ao mesmo tempo grandes, pois sua alma era tabernáculo da Santíssima Trindade, dádiva insuperável, cujo máximo desenvolvimento desabrocharia na glória da visão beatífica. Deus não poderia ter concedido mais!

MARIA SANTÍSSIMA: GRANDE E PEQUENINA DIANTE DE DEUS

Ora, se nossos primeiros pais saíram das mãos de Deus em graça, nós, seus descendentes, fomos todos concebidos em pecado, com exceção de alguém que jamais cometeu uma falta nem foi tocada pela mancha original: nossa Mãe, Maria Santíssima, escolhida pelo Pai para gerar seu Filho único no tempo. Também Ela era pequenina, como o manifestou na visita à sua prima Santa Isabel, ao dizer: “Magnificat anima mea Dominum, […] quia respexit humilitatem ancillæ suæ — Minha alma glorifica ao Senhor,[…] porque olhou para a humildade de sua serva” (Lc 1, 46.48). Eis o modo de ser pequenino: testemunhar que tudo aquilo que em nós há de bom vem de Deus.

Nossa Senhora é a humilde por excelência, e não houve quem atestasse tão eximiamente sua pequenez quanto Ela. Mas, de forma análoga, jamais houve quem tivesse noção tão luzidia da grandeza posta por Deus em Si, como Ela. Por isso acrescentou: “quia fecit mihi magna, qui potens est — porque Aquele que é todo-poderoso fez em Mim grandes coisas” (Lc 1, 49). De fato, foram-Lhe outorgados favores incomparáveis, a ponto de, n’Ela, Deus como que esgotar sua capacidade de dar.

(Publicado originalmente pela revista “Arautos do Evangelho”, nº 151, julho de 2014, p. 11-12. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )

Ilustrações: Arautos do Evangelho

A semente da honestidade

Numa fértil região da Europa a proprietária de um grande e belo vinhedo recebera a notícia de que sua melhor administradora deixaria o emprego ao cabo de dois meses.

Punha-se então o problema de conseguir uma substituta de confiança, como o era aquela que deixaria a função. O modo como ela escolheu foi pitoresco.

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