ESCOLHA SÁBIA

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O que você diria de alguém que quisesse criar uma organização para conquistar o mundo, e para tal recrutasse pessoas sem instrução, exercendo ofícios pouco cotados, sem praticamente nenhuma projeção social, sem recursos financeiros, etc.?

Dir-se-ia que esse alguém não teria a mínima possibilidade de êxito e talvez fosse taxado de visionário ou inconsequente, pois não estaria reunindo as mínimas condições de sucesso.

E, se fosse possível dar um salto no tempo, ver qual foi resultado, décadas ou séculos depois, o que encontraria?

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RECUSARÁS ESTE AMOR?

Uma das situações mais próprias a despertar a confiança e o amor a alguém é saber-se também amado por aquele a quem amamos. Há, porém, uma outra situação que nos leva a amar ainda com mais intensidade e afeto este alguém: é saber que ele nos amou antes de nós o conhecermos, que por amor a nós fez maravilhas e padeceu atrozmente para manifestar esse amor. É sobre esse amor que trata o Mons. João Clá, Fundador e Superior Geral dos Arautos do Evangelho no artigo que a seguir transcrevemos.

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UM GRANDE MOSAICO

Mesmo para uma pessoa de cultura mediana é comum, ao mostrarmos determinada obra de arte, exclamar: “É pintura de tal pintor”. Se mostrarmos outra razoavelmente conhecida, ouviremos o nome de seu autor.

Por que?

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PEDRA FUNDAMENTAL OU DE ESCÂNDALO?

Num ardoroso ímpeto de fé, São Pedro adianta-se aos outros Apóstolos e proclama que Cristo é o Filho de Deus. Como recompensa a este ato de fidelidade, Jesus o constitui a pedra sobre a qual edificará sua Igreja.

Pouco depois — três versículos apenas — Jesus o chama de “satanás”, e diz que “teus pensamentos não são de Deus”. (Mt 16, 23)

Afinal, Pedro é a pedra sobre a qual Jesus edificará a Igreja, ou é “satanás”?

Com a clareza e precisão costumeiras, Mons. João Clá Dias, fundador e Superior Geral dos Arautos do Evangelho, elucida a questão.

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O CORAÇÃO QUE NOS AMOU ATÉ O FIM

………… Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

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Ao considerar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, corremos o risco de ficar muito aquém do tesouro de bondade e misericórdia que essa forma de piedade coloca à disposição dos fiéis. Porque o Coração de Jesus é o tabernáculo mais autêntico e substancial das três Pessoas da Santíssima Trindade e, em consequência, não há melhor meio de adorar o Pai, o Filho e o Espírito Santo do que através d’Ele.

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Fazer um esquilo?

O Mons. João Clá, EP, fundador dos Arautos do Evangelho usa imagens inesperadas para explicar as coisas mais profundas. Não é sem razão que sua mais recente obra, publicada pela Libreria Editrice Vaticana, “O inédito dos Evangelhos”, tem esse título.

Por que pertencemos a Deus? Por que lhe devemos obediência? Por que devemos prestar-Lhe culto?

Essas e outras perguntas ficam respondidas no texto a seguir, de autoria do Mons. João Clá.

PERTENCEMOS A CRISTO POR NATUREZA E POR CONQUISTA

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

Se algum de nós obtivesse poder para tirar do nada um esquilo, consideraria, com toda justiça, esse ser vivo inteiramente seu, pois, se não fosse pela sua ação criadora, o animal jamais teria começado a existir. Julgar-se-ia, portanto, com toda liberdade para mandá-lo subir no seu ombro, levá-lo para brincar no jardim, ou até trancá-lo numa gaiola, caso quisesse fugir. E se, em lugar de possuir uma mera natureza irracional, o animalzinho tivesse a capacidade de pensar, deveria tributar uma gratidão sem limites a quem lhe deu a vida.

Tendo sido tirados do nada pelo Criador, Ele Se tornou credor de nosso reconhecimento como Senhor pleno e absoluto. “Se Deus é todo-poderoso ‘no Céu e na Terra’ (Sl 135, 6), é porque os fez. Por isso, nada Lhe é impossível, e Ele dispõe à vontade de sua obra; Ele é o Senhor do universo”, ⁽¹⁾ ensina o Catecismo da Igreja Católica. E São Luís Maria Grignion de Montfort, o célebre Santo da devoção mariana, afirma: “Por natureza, todas as criaturas são escravas de Deus”. ⁽²⁾ Ora, não somos esquilos, nem plantas, nem minerais, mas criaturas racionais que, pelo pecado original, haviam perdido a possibilidade de herdar o Reino Celeste e de gozar eternamente do convívio com as três Pessoas da Santíssima Trindade.

Cristo Rei – Palermo – Itália

Para reparar tal perda, o Verbo Se fez carne, morreu crucificado e ressuscitou. Esse incomensurável ato de amor abriu-nos as portas do Céu e restabeleceu, através do Batismo e da graça, o gênero de relacionamento havido no Paraíso com o Criador. Em consequência, Cristo passou a ser Senhor do universo também por direito de conquista. “Pertencemos Àquele que nos redimiu, Àquele que por nós venceu o mundo, não com armas de guerra, mas com a irrisão da Cruz”, ⁽³⁾ afirma Santo Agostinho. E São Luís Grignion acrescenta: “Não nos pertencemos a nós, como diz o Apóstolo (cf. I Cor 6, 19; 12, 27), e sim a Ele, inteiramente, como seus membros e seus escravos, comprados que fomos por um preço infinitamente caro, o preço de seu Sangue.

Antes do Batismo o demônio nos possuía como escravos, e o Batismo nos transformou em verdadeiros escravos de Jesus Cristo; e só devemos viver, trabalhar e morrer para produzir frutos para este Homem-Deus, glorificá-Lo em nosso corpo e fazê-Lo reinar em nossa alma, pois somos sua conquista, seu povo adquirido, sua herança (cf. Rm 7, 4; I Pd 2, 9)”. ⁽⁴⁾

Cristo Redentor (Corcovado) Bela afirmação da realeza de Jesus sobre o Brasil

Assim, por sua Morte e Ressurreição, tornou-Se o Verbo Encarnado Senhor por excelência de todos os homens, tanto no tocante à sua natureza divina quanto à humana. Enquanto Deus, Cristo tem direito sobre todos os seres criados, não apenas por tê-los tirado do nada, como também por sustentá-los na existência a cada instante, conforme canta o salmista: “Se desviais o rosto, eles se perturbam; se lhes retirais o sopro, expiram e voltam ao pó de onde saíram” (Sl 103, 29).

Ao nos redimir, essa relação de servidão entre a criatura e o Criador estendeu-se também à sua humanidade divina, pois “a Ascensão de Cristo ao Céu significa sua participação, em sua humanidade, no poder e na autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: possui todo poder nos Céus e na Terra”. ⁽⁵⁾

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⁽¹⁾ CCE 269.
⁽²⁾ SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Traité de la vraie dévotion à la Sainte Vierge, n.70. In: OEuvres Complètes. Paris: Du Seuil, 1966, p.531.
⁽³⁾ SANTO AGOSTINHO. Enarratio in psalmum LXII, n.20. In: Obras. Madrid: BAC, 1965, v.XX, p.590.
⁽⁴⁾ SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT, op. cit., n.68, p.530.
⁽⁵⁾ CCE 668.

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Texto: Mons. João Scognamiglio Clá Dias, “O inédito dos Evangelhos”, Libreria Editrice Vaticana, 2013, Vol. II, pp.115-117.

Almas que têm medo de Jesus

Em nosso dia a dia é comum encontrarmos pessoas que quereriam ser melhores mas que cometem faltas, às vezes frequentes. Muitas destas almas sentem o peso de suas faltas e acham que, se procurarem o perdão, não o obterão. Veem o contraste entre a infinita santidade e pureza de Deus e a sua situação de pecado.

O texto transcrito a seguir, de autoria do Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, fundador e Superior dos Arautos do Evangelho, deixa claro o que devem pensar estas almas ainda abertas a corrigir-se mas que receiam aproximar-se de Deus três vezes Santo.

Jesus veio para perdoar

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

Os Evangelhos são o testamento da Misericórdia. O anúncio do maior ato de bondade havido em toda a obra da criação — a Encarnação do Verbo — é o frontispício, a bela abertura de sua narração. A chave de ouro com a qual esta termina deixa-nos sem saber se ainda não é mais bela e comovedora: a crucifixão e morte de Cristo Jesus para restabelecer a harmonia entre Deus e a humanidade.

A Bondade divina une substanciosamente esses dois extremos, a Gruta de Belém e o Calvário, através de uma sequência riquíssima em acontecimentos escachoantes de amor pelos miseráveis: “Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19, 10). Essa alegria de Jesus em perdoar transparece nas doutrinas, conselhos e até mesmo nas parábolas por Ele elaboradas a fim de que seus ouvintes melhor entendessem sua misericórdia, como, por exemplo, a do filho pródigo (Lc 15, 11-32), a da ovelha desgarrada (Lc 15, 4-7) e a da dracma perdida (Lc 15, 8-10). A euforia de quem encontra, em qualquer dos três casos, reflete o contentamento do próprio Cristo ao promover o retorno de uma alma às vias da graça.

Jesus perdoa a mulher adúltera

Ele é o Bom Pastor que ao apanhar a ovelha imprudentemente destacada do rebanho, a reconduz ao redil, a fim de infundir-lhe nova vida de maneira superabundante. E Ele a leva sobre seus próprios ombros, enquanto os Céus se enchem de um júbilo ainda maior do que o causado pela perseverança dos justos (cf. Jo 10, 11-16; Lc 15, 4-7).

Dentro dessa atmosfera de amor, jamais vimos Jesus, ao longo de sua vida pública, tomar a menor atitude depreciativa em relação a quem quer que fosse: samaritanos, centurião, cananéia, publicanos, etc. A todos invariavelmente atendia com divina atenção e carinho: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29).

Nenhuma pessoa d’Ele se aproximou em busca de uma cura, perdão ou consolo, sem ser plenamente atendida. Tal foi seu infinito empenho em fazer o bem, sobretudo aos mais necessitados: “Não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mc 2, 17); “o Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu; e enviou-Me (…) para publicar o ano da graça do Senhor” (Lc 4, 18-19). O próprio Apóstolo dirá mais tarde: “Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro” (1 Tm 1, 15).

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(Trecho de “A Lei ou a Bondade?”, in Revista Arautos do Evangelho, nº 63, março de 2007, p.10-12. O conjunto dos comentários do Mons. João Scognamiglio Clá Dias estão publicados em “O inédito sobre os Evangelhos”, Libreria Editrice Vaticana, 2013.)

Levante a mão

Leopold Mozart com o filho Wolfgang e a filha Nanerl

Um amigo pouco conhecedor do perfil dos Arautos do Evangelho ficou bem impressionado com a disciplina que percebeu haver no nosso estilo de vida. Perguntava-se se essa disciplina era fruto de um amor pela causa abraçada ou se era “uma imposição” vinda “de cima”.

— Você conhece o Mons. João Clá? —perguntei-lhe.

— Muito pouco, e só por algumas coisas lidas. Vi um trecho de vídeo em que aparecia o Mons. João, mas foi só um pedacinho. E nesse trecho ele apenas regia um coral…

— Então vou contar-lhe uma.

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O azul da chama

Ouvi do Mons. João Clá uma reflexão interessante, cheia de lições para a vida:

O grande Salomão — “o mais sábio dos homens”, conforme as Escrituras — entrou em agonia. Prostrado no leito real, a vida terrena esvaia-se e despontava a eternidade: era a morte.

Desde tempos antigos era costume o moribundo ter na mão uma vela, uma chama, como sinal da fé em Deus. Mas na câmara real não havia uma vela sequer. Como seguir o costume?

O único fogo era o de um braseiro. Mas… pôr uma brasa na mão do rei?

Uma criança deu a solução.

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