Levante a mão

Leopold Mozart com o filho Wolfgang e a filha Nanerl

Um amigo pouco conhecedor do perfil dos Arautos do Evangelho ficou bem impressionado com a disciplina que percebeu haver no nosso estilo de vida. Perguntava-se se essa disciplina era fruto de um amor pela causa abraçada ou se era “uma imposição” vinda “de cima”.

— Você conhece o Mons. João Clá? —perguntei-lhe.

— Muito pouco, e só por algumas coisas lidas. Vi um trecho de vídeo em que aparecia o Mons. João, mas foi só um pedacinho. E nesse trecho ele apenas regia um coral…

— Então vou contar-lhe uma.

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O azul da chama

Ouvi do Mons. João Clá uma reflexão interessante, cheia de lições para a vida:

O grande Salomão — “o mais sábio dos homens”, conforme as Escrituras — entrou em agonia. Prostrado no leito real, a vida terrena esvaia-se e despontava a eternidade: era a morte.

Desde tempos antigos era costume o moribundo ter na mão uma vela, uma chama, como sinal da fé em Deus. Mas na câmara real não havia uma vela sequer. Como seguir o costume?

O único fogo era o de um braseiro. Mas… pôr uma brasa na mão do rei?

Uma criança deu a solução.

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Harmonias

Seria possível compor uma música com uma nota só?

Na medida que se possa chamar de música o som de uma sirene ou de uma buzina, sim. Mas aí seria um único tom, seria mono tom, seria monótono: esse é o significado da palavra “monótono”. Um só (“mono”) som (tono).

É o mínimo que se poderia dizer de um único som: monótono.

Para haver beleza, a música deve ter uma variedade de sons. Só havendo variedade é possível harmonia.

Vejamos, então, uma música.

A Santa Igreja Católica é a grande sinfonia criada por Deus para os ouvidos da nossa alma. Sinfonia que reflete a variedade de atributos do Criador, suas infinitas perfeições.

No dia 6 de outubro a Igreja comemora uma das notas musicais inspiradas poe Ela: São Bruno, fundador da Cartuxa, uma das ordens religiosas mais ciosas da perfeição, a brilhar nos céus da Santa Igreja.

São Bruno viveu nos últimos anos do século XI. Inspirado por Deus, fundou o Ordem dos Cartuxos, que na solidão, no perpétuo silêncio e austera simplicidade busca a perfeição da vida contemplativa. A Ordem tem um lema: “Nunca reformada porque nunca deformada”, expressão de sua fidelidade ao carisma original do Fundador.

Para aquilatarmos a obra de São Bruno, vejamos como se passa a vida de algum de seus filhos espirituais. Para isso, penetremos na austera cela onde um cartuxo reza. À sua frente um crucifixo relembra a morte mais dolorosa que jamais houve. Revestido de um simples e pobre hábito, parece a personificação da gravidade, da resolução varonil de só viver para o que é verdadeiro, eterno, de nobre simplicidade e espírito de renúncia a tudo quanto é da terra. Pobreza material enfim, iluminada pelos reflexos sobrenaturais da mais alta riqueza espiritual. ⁽¹⁾

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Consideremos a outra ilustração: o Concílio reunido na Basílica de São Pedro. É uma feeria de cores, luzes e pompas numa cena histórica. Tudo se reveste de uma grandeza, que é o suprassumo do que a terra pode apresentar de mais belo.

O que em uma foto é gravidade recolhida, no outro é glória irradiante. O que em um é pobreza, no outro é fausto. O que em um é simplicidade, no outro é requinte. O que em um é renúncia às criaturas, no outro é a superabundância das mais esplêndidas dentre elas.

Pode-se, então, ao mesmo tempo amar a riqueza e a pobreza, a simplicidade e a pompa, a ostentação e o recolhimento? Pode-se a um tempo louvar o abandono de todas as coisas da terra, e a reunião de todas elas para a constituição de um quadro em que reluzem os mais altos valores terrenos, reflexos da Beleza infinita de Deus?

Existe uma contradição?

Não, pelo contrário, a Igreja Se mostra santa, e sabe estimular a prática das virtudes presentes na vida obscura do Monge, e no esplendor de São Padro. Uma coisa se equilibra com a outra, um extremo (no sentido bom da palavra) compensa a outro e com ele se harmoniza.

Na austeridade do Monge, se vai até Deus considerando o que as coisas não são. No esplendor da Liturgia se sobe até Ele.

A Santa Igreja convida os seus filhos a irem por uma e outra via simultaneamente. Pelo espetáculo sublime de suas pompas, e pela consideração das admiráveis renúncias que só Ela sabe inspirar e fazer realizar.

Como numa música bem composta, as diversidades combinadas harmoniosamente são o fator de beleza.

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⁽¹⁾ Adaptação de trechos do artigo “Pobreza e fausto: extremos harmônicos no firmamento da Igreja”, Plinio Corrêa de Oliveira, jornal Catolicismo, nº 96.

Treino de sobrevivência

Agrotóxico, produto congelado, “Cuidado: produto transgênico”, conservantes x, y, z, w; “advertência: esse produto contém nonono”; “após aberto consuma imediatamente”…

Esses outros avisos se encontram nos produtos “naturais”, ou melhor, que até pouco tempo eram naturais.

Como levar uma vida saudável com tantos alarmes (e outros que não constam nas embalagens)?

Visando educar seus alunos em meio a esse “cipoal” em “terra movediça”, foi desenvolvido no Colégio Arautos do Evangelho uma aprendizagem curricular e extracurricular chamada por alguns dos jovens “Regras de sobrevivência”.

Para testar o aproveitamento foi promovido uma “Mostra de conhecimento” sobre produtos hortifrutigranjeiro e sua influência na vida saudável.

Diante de uma plateia composta principalmente dos pais e irmãos, cada aluno devia expor um assunto sobre o qual pesquisara nos últimos meses.

Nada de teoria! Eram observações para a vida de todos os dias.

Por exemplo: o que a cor de cada hortaliça sinaliza sobre o seu conteúdo; que bem cada um deles faz ao seu organismo. O mel e seus congêneres (própolis, geleia real); prato com comidas coloridas são um bom sinal. Os chás de ervas que você pode plantar no jardim ou num canteiro refrescam e combatem o estresse.

No final os presentes puderam apreciar vária guloseimas relacionadas com os temas tratados. Bem entendido, não continham agrotóxicos, nem conservantes, nem toda a lista alarmante de “aditivos” em voga.

Anjo ou Padre?

O “Anjo”: Pe. Patrick Dowling

“A história que fascinou o país por vários dias” assim se referiram os jornais americanos — e do exterior — a um acidente automobilístico ocorrido no domingo, 4 de agosto, numa rodovia do estado de Missouri, nos Estados Unidos.

Hoje, dia dos Santos Anjos da Guarda, temos a alegria de transmitir os fatos então ocorridos: um fenômeno muito curioso que atraiu a atenção dos que o assistiram, tendo ampla repercussão na mídia.

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O Guarda suíço

É mundialmente conhecida a famosa guarda suiça do Papa, não só pela disciplina, pela bela vestimenta, como pela sua dedicação em zelar pela pessoa sagrada daquele que Jesus constituiu como “pedra sobre a qual edificou a sua Igreja”.

Muitos dos guardas suíços, ao longo dos séculos deram exemplo dessa dedicação, chegando às vezes a sacrificar a própria vida na defesa daquele que Santo Inácio de Loyola chamava “o doce Cristo na terra”.

Tiveram exemplos históricos para seguir.

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No pequeno frasco está o melhor perfume

Diz o adágio popular que os melhores perfumes são colocados nos menores frascos…
Se queremos guardar um bom perfume, usaremos sempre o menor vidro possível, por dois motivos: primeiro para não perder o ser aroma, e segundo porque o preço dele é.
Porém o aroma do nosso perfume esta semana foi bastante adocicado… Os alunos do Colégio Arautos do Evangelho de Curitiba visitaram a UNIMEL, como o próprio nome releva é uma Apicultora, que faz vários produtos através da criação de abelhas, entre eles o Mel, a Cera, o Própolis, o Pólen e as velas de cera.
A visita foi monitorada pelo proprietário, que deu todas as explicações de como as abelhas fabricam o mel: primeiro retiram o néctar e o pólen das flores, sem danificá-las, depois trazem para a colmeia e aí processam os dois e fabricam o mel, a cera, etc.
Uma curiosidade das abelhas é a sua organização; todas vivem em função da abelha rainha. Em cada colmeia (que pode ter até 80.000 abelhas) existe apenas uma Rainha; todas as abelhas têm diariamente noção da presença da Rainha através do olfato. Esse fator dá unidade a todo o enxame.
Que belo exemplo ela nos dão, pois todos nós também dependemos de Alguém para viver, Alguém com A maiúsculo: DEUS. Aprendamos esta lição e na nossa vida possamos sempre lembrar de nosso Criador: Ele está nos sustentando e nos cumulando com suas graças a todo momento.
Quanto ao melhor perfume, não sabemos, mas enquanto sabor o melhor mel foi o da menor caixa de abelhas, realmente maravilhoso…

Do leão à velinha

Não é que o leão pegou a velhinha, não.

É que as atividades foram tão variadas que tiveram desde o leão até a velinha, ou melhor doze velinhas.

O leão encontramos no zoológico. Foi um passeio interessante e formativo tanto para os jovens como para as famílias que os acompanharam. O único incidente foi um urro espantoso do rei dos animais.

Projeto Futuro e Vida

Apresentação musical na
Escola Municipal Raoul Walenberg

O Projeto Futuro e Vida promovido pelo Arautos do Evangelho em todo Brasil, busca, através de apresentações musicais em colégios, despertar no adolescente o interesse em refletir sobre própria sua existência e seu papel no futuro da sociedade.

São apresentações entretidas e participativas, despertando naturalmente uma confiança com fundamento na pureza de ideais religiosos e culturais. Depois assistirão aulas de religião, história etc.

Defesa Pessoal na
casa dos Arautos do Evangelho

Os jovens terão, dessa forma, condições de serem elementos ativos para a mudança da sociedade. É como uma semente que se planta em seus juvenis corações e que, bem regada, desabrochará num mundo melhor.

Jogos e… velinhas

Aqui entram as velinhas. Depois de jogos e exercícios de defesa pessoal para formar uma mente sadio num corpo sadio preparou-se a surpresa para um dos jovens.

Aconteceu de um dos jovens fazer aniversário. Depois dos jogos, no lanche ele e a família tiveram o tradicional bolo… com a velinha. Mais propriamente duas velinhas: uma com o número 1 e outra com o número 2 — fazia 12 anos…

Padres dos calores caribenhos e do gélido Canadá

O orientador espiritual dos Arautos em Curitiba é um jovem sacerdote canadense, Pe Ryan Murphy, EP. Mas ele fica tão à vontade em Curitiba como se estivesse perto de um iglu no gelado norte canadense. Já está meio brasileiro…

Pe. Gustot
Capela Nossa Senhora do Monte Bérico
Pe Ryan Murphy, EP
Diretor espiritual dos Arautos do Evangelho
Curitiba

Desta vez encontrou-se com seu irmão no sacerdócio Pe Gustot , originário do Haiti, responsável pela Capela Nossa Senhora do Monte Bérico, em Santa Felicidade, onde os Arautos do Evangelho participaram da solenidade de coroação da imagem de Nossa Senhora.

A atividade seguinte foi… Bem… Foi tão interessante que deixamos para outro post.

A Vocação do Brasil (VÍDEO)

A Vocação do Brasil

Vendo o Brasil suas montanhas e seus rios, suas planícies e suas cordilheiras nós nos perguntaríamos: “Isso é cenário para que?”, “Que gênero de fatos é normal que se passem aqui?”, “Não há algo de futuro no cenário que Deus pôs aqui?”. Um panorama feito de altas montanhas que tem por de trás de si outras montanhas, rios enormes, litorais fabulosos como tudo isto chama para um futuro que é um futuro de heroísmo, um futuro de glória.

Oh! Brasil, quanta coisa há por esse Brasil afora que ainda o mundo deve ver.

Olhando para esses panoramas veremos algumas aves como a ciriema que não são tão bonitas e então poderíamos pensar; “onde esta o sentido uma criatura que não serve para nada”? Mais a frente nós vemos uma ou duas ciriemas andarem e por entre as pernas delas nós avistamos um pedaço de montanha, uma fatia de panorama e percebemos que este pedaço de montanha e de panorama são bonitos e então entendemos para que elas servem; elas existem para nos mostrar como é grande o nosso Brasil.

O Brasil tem um grande futuro se puder contar entre seus filhos grandes heróis!

Conheça um pouco desse Brasil no curto vídeo anexo sobre o Pantanal.

Regina Fidei

Regina Fidei[1] Dente as inúmeras “pérolas” que constituem o cabedal de virtudes de Maria Santíssima, sem dúvida uma das virtudes teologais tem papel fundamental diante das outras: a Fé. Ela é o Speculum Iustitie[2], ou seja, o modelo exemplar acabadíssimo de todas as virtudes cristãs.

Nosso Senhor Jesus Cristo, como Filho de Deus que era, via claramente, ainda com sua inteligência humana, as verdades reveladas por Deus na mesma divina essência, e por isso não teve e nem podia ter Fé, que é incompatível com a visão. Com a Fé, cremos no que não vemos, fiados na palavra de Deus revelante, que não pode enganar-Se nem enganar-nos.

Neste sentido, Maria é o mais alto e sublime modelo de Fé que já existiu. Sua Fé foi excelentíssima sobre toda ponderação.

No Evangelho, Santa Izabel sua prima, divinamente inspirada, se congratula com Maria por sua Fé: “Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas”.[3]

Os Padres da Igreja reconhecem na Fé de Nossa Senhora o princípio de sua maternidade e de sua grandeza. Eles admitem como um axioma que fide concepit, fide peperit: “pela Fé concebeu, pela Fé deu a luz”.

Assim explica o grande teólogo, o Pe. Garrigou Lagrange em sua obra “La Mère Du Sauveur – Notre vie intérieure” (A Mãe do Salvador – Nossa vida interior): sua Fé infusa era, com maior razão, profundíssima, por seu objeto, pela revelação que lhe foi feita, o dia da Anunciação, dos mistérios da Encarnação e da Redenção, por sua santa intimidade com o Verbo Encarnado.

Ademais, subjetivamente sua Fé era mui firme, segura e pronta em sua adesão, pois estas qualidades da Fé infusa são tanto maiores quanto maior é esta. Maria recebeu a Fé infusa mais elevada que jamais existiu.

Assim, pois, não podemos fazer uma ideia da profundidade da Fé de Maria. Creu na Anunciação desde o momento em que lhe foi suficientemente dita a verdade divina sobre o mistério da Encarnação redentora.

Na Natividade, vê nascer seu Filho em um estábulo e crê que é o criador do universo; quando começa a balbuciar, crê que é a própria Sabedoria; quando deve fugir com Ele ante a cólera do rei Herodes, crê, sem embargo, que Ele é o rei dos reis, o senhor dos senhores, como dirá São João.

Durante a Paixão, Ela permanece ao pé da Cruz, firme sem desmaiar; não deixa de crer um só instante que seu Filho é verdadeiramente o Filho de Deus, Deus mesmo, que Ele é, que ainda que aparentemente vencido, é o vencedor do demônio e do pecado e que dentro de três dias triunfará sobre a morte pela sua Redenção. Este ato de Fé de Maria no Calvário, na hora mais escura, foi o maior ato de Fé que jamais existiu; o objeto era o mais difícil: Jesus alcançaria a maior vitória por meio da mais completa imolação.[4]


 

[1] Rainha da Fé.

[2] Espelho de Justiça.

[3] Cf. Lc I, 45.

[4] LAGRANGE, Garrigou. La Mère Du Sauveur – Notre vie intérieure. 3ª Edição. Madrid ; Rialp, 1990. P.  153, 154.