O que queres de mim?

Conta-se de certo filósofo grego tornado famoso pelas suas máximas de sabedoria, que, embora pagão, seu estilo de vida calmo, em harmonia com a natureza —em nada poluída pelos desvarios modernos — possibilitava-lhe cogitar de temas elevados. Tornara-se deste modo um ponto de atenção e até de admiração da sociedade da época.

Entretanto — diríamos em um português arcaico — “eis que se não quando”, ou seja, certo dia…


Certo dia um magnata, ensoberbecido pelos muitos haveres de fortuna — mas, que deixaria em breve, levado pela morte — foi estar com o filósofo acima referido.

Julgando que o mesmo quereria sofregamente algum benefício material, postou-se diante dele, arrogante.

O filósofo, para melhor pensar, estava comodamente sentado nos degraus de uma escada da Acrópole. Vê chegar o magnata e este lhe pergunta:

O que queres de mim? Em que posso lhe ser útil?

Que saia da frente do sol. Estava em cogitações a propósito do astro rei e vossa sombra privou-me de sua vista…

* * * * *

No nosso dia a dia quantas vezes “magnatas” (podem ser simples celulares, computadores, ou o corre-corre do trânsito) nos impedem de ver o único sol que dá luz e calor às nossas almas: Deus Nosso Senhor e as coisas que nos levam a Ele e a Maria Santíssima…

Muitas vezes nem podemos pedir a estas sombras que “saiam da frente”, devido a uma verdadeira tirania dos hábitos modernos. Ao menos, então, procuremos situações, circunstâncias que nos permitam não perder de vista o mais importante da vida: a paz de alma, a consciência tranquila, o cumprimento dos mandamentos divinos, o amor ao próximo, o bom convívio com a família, com os amigos etc.


É o caso de lembrar a célebre frase de Santo Agostinho: Meu Deus, nossas almas foram feitas para Vós e não repousam verdadeiramente senão em Vós”.

Ilustrações: Arautos do Evangelho, freepick, wiki, divulgação

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