Na ordem da criação podemos distinguir cinco graus ou estágios, em ordem crescente de perfeição: os minerais, os vegetais, os animais, os homens e os anjos. Trataremos, no momento, sobre os animais, que por terem a sensibilidade, são superiores aos vegetais e aos minerais.
Determinados seres do reino animal levam a cabo trabalhos admiráveis, com uma organização quase eficaz quanto a que o homem pode alcançar; é o caso das formigas e das abelhas, por exemplo. Porém, mais que do sobre organização é interessante falar sobre beleza; e a respeito dessa qualidade a águia nos diz muito.
Seu nome refere-se à agudeza de suas vistas (acumen oculórum), pois de abarcar grandes distâncias, ela pode fitar o sol sem sofrer qualquer infortúnio. Diz-se que de grandes alturas a águia consegue ver os peixes, precipitando-se sobre eles como um raio e arrebatando-os das águas. É um animal nobre e elegante e, talvez por essa razão, possui uma espécie de “senso de honra”: ao nascerem seus filhotes ela pega-os e os sustenta diante dos raios do sol, considerando dignos de sua raça apenas os que mantenham fixam seu olhar no astro-rei, abandonando à sua sorte os que piscam, considerando-os uma desonra de sua espécie.
É muito importante sabermos encontrar os simbolismos presentes na ordem da criação, e fazer analogias entre eles e os homens. Ao pensar na águia, não seria vão recordar que a Providência, que ao longo da história, suscita grandes homens, quais são como as águias: nobres, fortes e altaneiros, dotados pela graça de uma aguda visão dos horizontes sobrenaturais e dos grandes desígnios de Deus.
Diego Faustino -1° ano de Filosofia – Seminário dos Arautos do Evangelho