Ela entendeu

Nosso povo, intuitivo como é, cunhou a expressão pitoresca “Falou e disse”. E a usa muito adequadamente para qualificar quem, ao falar algo, transmite uma mensagem, ou seja “diz” algo que vale a pena ter ouvido.

Em sentido parecido, ainda está para se cunhar uma expressão que signifique “ouviu e entendeu”. A não ser assim — e usando outra expressão consagrada — “entra por um ouvido e sai pelo outro”.

Veja este exemplo de alguém que ouviu e entendeu.

Chamava-se Maria Madalena.

Depois de uma vida desregrada, “ouviu” as palavras cheias de convite a uma vida verdadeira. E as ouviu dos lábios de Jesus. Nesta segunda-feira a Igreja comemorará este ter “ouvido e entendido”.

Ouvido do próprio Jesus em pessoa palavras semelhantes às que transcrevemos abaixo. São palavras do próprio Jesus a uma religiosa do século XX (*)

“Ah! Se as almas soubessem como as espero cheio de misericórdia! Sou o Amor dos amores! E não posso descansar senão perdoando!

Estou sempre esperando com amor que as almas venham a Mim! Venham!… Atirem-se nos meus braços! Não tenham medo! Conheço o fundo das almas, suas paixões, sua atração pelo mundo e pelos prazeres. Sei, desde toda a eternidade, quantas almas me hão de encher o Coração de amargura e que, para grande número, os meus sofrimentos e o meu sangue serão inúteis! Mas, como as amei, assim as amo…

Não é o pecado que mais fere o meu Coração… O que o despedaça é não quererem as almas refugiar-se em Mim depois de o terem cometido.

Sim, desejo perdoar e quero que as minhas almas escolhidas dêem a conhecer ao mundo como o meu Coração, transbordando de amor e de misericórdia, espera os pecadores.

Queria dar-lhes a compreender que não é pelo fato de estarem em pecado mortal que devem afastar-se de Mim. Não julguem que já não há remédio para elas e que nunca mais serão amadas como foram outrora! Não, pobres almas, não são estes os sentimentos de um Deus que derramou todo o seu sangue por vós!

Vinde a Mim e não temais, porque Eu vos amo! Desejo que as almas creiam na minha misericórdia, esperem tudo da minha bondade e não duvidem nunca do meu perdão. Sou Deus, mas Deus de amor! Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade.

É fácil esperar tudo do meu Coração!”

(1) Soror Josefa Menéndez,Apelo ao Amor – Editora Santa Maria, Rio de Janeiro, 1962; Trancritas de Mons. João S. Clá Dias, Sagrado Coração de Jesus – Tesouro de bondade e de amor, Associação Católica Nossa Senhora de Fátima, São Paulo, 2002

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