Por razões várias precisei permanecer na sala de espera de uma faculdade. A sala tinha esta característica — talvez não desejada pelo arquiteto—: dela ouvia-se claramente o que era lecionado numa sala de aulas.
Tinha levado um livro para ler, mas, aos poucos a ênfase com que falava e o assunto exposto pelo professor desviaram minha atenção do livro para a aula.
Chamou-me a atenção a aparente segurança com que o professor fazia certas afirmações. Dir-se-ia que fora testemunha ocular!
O assunto era nada mais nada menos do que… a origem do Universo! Explicava ele como, de um pequeno ponto inicial (deste ele não sabia a origem…) o universo foi se expandindo; há tantos bilhões de anos acontecera tal coisa, alguns bilhões de anos depois tal outra, e assim por diante.
Perguntado por um aluno a origem desta matéria inicial que teria dado origem ao universo, ele ficou ligeiramente embaraçado e saiu-se como pode. Sua tese é que “era assim e não podia ser de outro modo”.
Estava neste ponto quando fui chamado para o que viera e não pude saber de que outras coisas, acontecidas a bilhões de anos, o professor falava como se fosse testemunha ocular…
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A lógica — e o bom senso… — nos ensinam: “aquilo que é afirmado gratuitamente pode ser negado gratuitamente”. Mas não é gratuitamente que se pode negar muito do que esse professor dizia. Por exemplo: este tal “ponto inicial” do qual provém todo o universo, inclusive você leitor… é algo eterno? algo que não teve começo? Não terá havido outra coisa que gerou este tal “ponto inicial”? Nesse caso, este ponto teria sido gerado por que ou por quem?
Não é mais lógico, mais coerente admitir que existe um Deus eterno, todo poderoso, criador de tudo que existe? Ainda que seja por um processo semelhante ao que descrevia o professor?
Vem a propósito a declaração de conceituado cientista:
“Na atualidade parece que a ciência nunca será capaz de levantar o véu que encobre o mistério da criação. Para o cientista que durante toda a sua vida se guiou pela crença no poder da razão, esta história termina como um pesadelo. Ele escalou as montanhas da ignorância e está a ponto de chegar ao mais alto pico; quando consegue alcançar a última rocha, é recebido por um grupo de teólogos que ali estão sentados há séculos”.(*)
(*) R. Jastrow. God and the Astronomers (Deus e os astrônomos). Norton & Company, Inc – New York – London, 1992, p. 116. O autor é especialista em Astrofísica e Astronomia, faz parte da equipe de cientistas da NASA.
O leitor desejoso de esclarecer o assunto num âmbito menos restrito que uma simples postagem pode acessar o artigo completo do Pe. Eduardo Miguel Caballero Baza, EP, “Uma tese teológica sobre o ‘Big bang’?”, revista Arautos do Evangelho, nº 95, novembro de 2009, p. 37-39. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )
Ilustrações: Arautos do Evangelho, wiki, ateli@rt
Muitas das vezes procuramos respostas científica, onde claro que a resposta está em Deus.