Beleza feita de água… e gelo

Abandone por alguns instantes, leitor, as suas preocupações do dia-a-dia e deixe-se maravilhar por estas fotos das Quedas do Niágara. Em seguida, feche os olhos do corpo e abra os da imaginação para ver estas cataratas sem seu contínuo estado de movimento e renovação. A cada minuto que passa são toneladas de água que se despenham, batendo nas rochas embaixo, num ensurdecedor ruído de “trovão”.

Irmã Elizabeth MacDonald, EP

Sua localização geográfica — na fronteira entre Nova York (EUA) e Ontário (Canadá) — não poderia ser melhor, uma vez que as quatro estações do ano são perfeitamente ordenadas nesta região, fato que contribui para aumentar ainda mais sua beleza. Nos dias ensolarados do verão, é quase impossível não se deixar hipnotizar pela magnificência da paisagem. Além de assistir às gaivotas brincando com a neblina produzida pelas fortes quedas d’água, é possível contemplar um magnífico espetáculo de arco-íris.

O inverno traz um aspecto novo, dando-lhe uma nota austera, o que não diminui o esplendor das cataratas mundialmente famosas. Seu barulho continua ensurdecedor como sempre e talvez até mais acentuado, devido ao silêncio produzido pela neve e o gelo das redondezas. (*)

Sim, as Quedas de Niágara são deslumbrantes! Sua grandeza e elegância são um excelente reflexo do Divino Artista, o qual é a própria Beleza.

Antes mesmo de serem evangelizados pelos missionários jesuítas, vindos da França, os indígenas locais sentiam a força do sobrenatural no espetáculo produzido pelas águas. Atribuíam aquela grandiosidade à existência de um “deus”, o qual chamavam de “o deus do trovão”, que para eles morava nas cavernas existentes atrás das cortinas de água.

Somente depois de 1678 essa maravilha da natureza tornou-se conhecida além das fronteiras norte americanas. Os primeiros olhos europeus que a contemplaram foram os do franciscano Frei Luís Hennepin, capelão da expedição promovida pelo desbravador francês La Salle.

Cataratas de Niágara congelada

Maravilhado pela paisagem grandiosa, celebrou ali uma Missa em ação de graças, olhando para as cataratas, acompanhado por um grupo de índios Seneca. Apesar da gélida temperatura do mês de dezembro e do improvisado altar, o esplendor da região bem poderia ser comparado a algumas das belíssimas catedrais que ele havia deixado na Europa.

Desde então, mais de 12 milhões de turistas visitam anualmente as cataratas. Muitos, porém, as visitam não apenas enquanto simples turistas, mas também em espírito de peregrinação.

Um zeloso sacerdote, prevendo o grande número de pessoas que para lá afluiriam, resolveu construir uma pequena igreja no local onde fora celebrada a primeira Missa. Essa igreja recebeu o nome de Nossa Senhora da Paz, e acolhe não só os católicos da região mas todos os que de longe viajam sedentos de beleza.

Tempos depois, em 1861, o Papa Pio IX elevou a igrejinha à categoria de santuário mariano e local de peregrinação.

(*) No inverno de 2014-2015, devido às temperaturas excepcionalmente baixas a catarata congelou. Ver foto.

(Publicado originalmente na revista Arautos do Evangelho, nº 20, p. 50-51. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )

Ilustrações: Arautos do Evangelho, François Boulay, Paul Bassi e Jacinta Weusten.

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