O avião tomou a altitude e a velocidade de cruzeiro; tínhamos agora pelo menos uma hora livre. Aproveitei para fazer algo de que gosto: pensar.
Como se estivesse montando um mosaico, fui rememorando os fatos das últimas semanas. As “pedras” desse mosaico tinham algo em comum.
Esse algo de comum era que quase todos os fatos traziam em si uma ameaça e, às vezes, algo de caótico, formando um mosaico… assustador: alterações climáticas extremas, manifestações a propósito das coisas mais díspares, violência a todo propósito, e muitas vezes sem propósito. Em suma, para qualquer lado do panorama, o que se via era preocupante.
Procurava a causa de tal situação, quando meus olhos caíram sobre o verso de uma revista na bolsa em frente: era uma galinha tendo os pintinhos sob as asas. Vi que algo se encaixava das “pedras” do “mosaico” sobre o qual vinha pensando: lembrei-me das palavras de Jesus ao ver do alto a cidade de Jerusalém.
“Jerusalém, Jerusalém, (…) quantas vezes eu quis reunir teus filhos como a galinha reúne seus pintinhos debaixo das asas… e tu não quiseste!” (Mt 23, 37).
O “mosaico” hipotético parecia-se com a Jerusalém que rejeitara o Divino Salvador…
No entanto, para quem quer ouvir, Jesus está sempre a chamar para, “como a galinha, reunir seus pintinhos debaixo das asas”.
Para corrigir o estado de coisas de hoje seria preciso apenas deixar-se acolher junto a Jesus: reconhecê-lo publicamente como Deus; ver no próximo, não alguém de quem se quer tirar proveito, mas o próprio Jesus: “tudo aquilo que fizerdes a um desses pequeninos, é a Mim que o fazeis” (Mt 25, 40); cumprir os mandamentos… Pautar a vida pública, como também a nossa vida pessoal segundo esses mandamentos.
Mas “tu não quiseste”…
E conclui: “então Jesus chorou”.