O MAIOR ERRO JUDICIÁRIO DA HISTÓRIA

De um jovem Magistrado, frequentador habitual deste blog, recebemos uma análise estritamente jurídica do julgamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. É uma análise serena, própria a ajudar avaliarmos a enormidade do crime monstruoso constituído pela Paixão e Morte de nosso Divino Redentor.

Transcrevemos a seguir:

O MAIOR ERRO JUDICIÁRIO DA HISTÓRIA

“A condenação de Nosso Senhor Jesus Cristo representa um tema inesgotável pela sua riqueza religiosa. Contudo, a Paixão de Jesus também merece ser refletida sob o seu aspecto jurídico, pois sua morte representa o maior erro judiciário da História.

O beijo de Judas – Giotto

A prisão, condenação e crucifixão de Nosso Senhor violaram as leis vigentes à época. O seu julgamento não encontra qualquer amparo jurídico a servir de fundamento para tamanha atrocidade, pois, em verdade, Jesus não foi submetido a um processo de condenação, mas sim à execução de uma vingança.

A prisão de Nosso Senhor é maculada por graves ilegalidades. A captura de Jesus foi realizada sem qualquer mandado judicial ou ordem formal, além de ter sido comprada por trinta moedas de prata, dadas a Judas como pagamento pela tarefa de conduzir os soldados até o Messias.

Prisão de Jesus
“Deixai ir a estes”

Não bastasse tamanha irregularidade, os soldados prenderam Jesus utilizando-se de espadas e varapaus e empregando contra Ele tratamento degradante, à época aplicado somente aos ladrões e assassinos. O princípio jurídico, válido em todos os tempos, de que o réu é inocente até prova em contrário, foi violado já na prisão.

O uso da força ou violência só se justificaria se Ele oferecesse resistência. Pelo contrário, Jesus não ofereceu qualquer resistência e caminhou em direção aos seus captores, com a serenidade e confiança próprias à sua divindade.

Deu ainda exemplo de lealdade para com seus Apóstolos, isentando-os, quando disse: “Se é a Mim que procurais, deixai ir a estes”.

Julgamento à noite

As ilegalidades, contudo, não cessaram aí. Pelo contrário, apenas começavam. Após ser preso, Jesus foi conduzido para o interrogatório. A audiência foi realizada à noite, sem qualquer publicidade, em flagrante violação à lei da época que proibia qualquer julgamento antes do nascer do sol. Para mascarar essa ilegalidade, a sentença só foi ditada no início da manhã seguinte, diante do Sinédrio — convocado às pressas —, criando um falso ambiente de solenidade.

Jesus ante Pilatos

A execução da sentença foi ato contínuo à condenação, quando a lei da época exigia o prazo mínimo de dez dias entre a sentença e a aplicação da pena. Este prazo era dado para eventual recurso em favor do condenado, ou a apresentação de fatos comprobatórios de erro na sentença.

Jesus foi executado na sexta-feira, o que era proibido pelas leis judaicas, pois a morte e posteriores providências violariam o sábado, dia santo para os judeus. Como é sabido, o sábado judaico começa ao por do sol da sexta-feira. É essa a razão pela qual mandaram quebrar as pernas aos supliciados, não quebrando as de Jesus por já estar morto.

É também a razão da pressa em sepultá-lO “antes do por do sol”.

Pilatos reconhece a inocência… e manda flagelá-lO
Pilatos lava as mãos

Anteriormente à sua saída para o Calvário, Jesus foi chicoteado por ordem de Pilatos. Atitude inteiramente contraditória, pois seguia-se às palavras de Pilatos: “Não encontro crime nenhum neste homem; vou mandar chicoteá-lo e soltar”. Absurdo para um juiz: reconhece a inocência, mas manda castigá-lO.

Embora a lei judaica só permitisse no máximo quarenta e nove chicotadas, Nosso Senhor suportou mais de duas mil, segundo abalizados estudos realizados no Santo Sudário de Turim.

Torturas físicas e morais
Jesus flagelado e coroado de espinhos

Seguiu-se outro tormento, este não ordenado por Pilatos: Vestiram Jesus com o manto que usavam os loucos, coroaram-nO com um capacete de espinhos, puseram-Lhe nas mãos uma cana, à guisa de cetro, vendaram-Lhe os olhos e o esbofeteavam, interpelando-O para que adivinhasse quem lhe batera. Às bofetadas, acrescentaram os escarros em seu rosto e pancadas com a cana sobre a coroa de espinhos.

Ou seja, um misto de tortura física e moral… feita a quem pouco antes Pilatos dissera “não ver crime neste homem”. E, injustiça sobre outra: os executores dessas torturas não tinham nenhuma ordem judicial de assim procederem.

Duplicidade de acusação

Nosso Senhor foi alvo de muitas acusações, todas elas não provadas.

Por se apresentar como Filho de Deus, Jesus foi acusado de blasfêmia, e usurpador dos títulos divinos, por ser chamado de Messias. Mas, para tentar convencer Pilatos, governador romano, pagão e cético, o Supremo Conselho, afrontando mais uma vez as leis da época, mudou a acusação que pesava contra Jesus, passando a apontá-Lo como agitador político, acusando-O de incitar ao descumprimento das leis de César.

Testemunhas foram preparadas para depor contra Jesus. Mas, mesmo pagas, as testemunhas falsas se contradisseram, não conseguindo disfarçar todo aquele teatro arquitetado contra Nosso Senhor.

Conjurado a autoincriminar-se
“Eu te conjuro…”

Ao inquirir Jesus, Caifás usou de um expediente duplamente ilegal, pois o queria obrigar sob juramento: “Em nome do Deus vivo eu te conjuro…” e assim se autoincriminar, o que é totalmente vedado em qualquer julgamento sério. Pretendia o sumo sacerdote ver Jesus se declarar publicamente como o Filho de Deus, o que, para os judeus, caracterizava o crime de blasfêmia.

Todavia, Jesus se mantinha sereno, pois nada do que dissesse mudaria a decisão previamente tomada pelo Sinédrio: afinal já estava condenado mesmo antes de ser preso. Esse arremedo de julgamento foi feito apenas para dar ares de legalidade a um crime. E que crime: o deicídio!

“Es então Filho de Deus?”

Cegos pela vingança, os judeus ignoravam todos os testemunhos dados por Jesus, seus milagres e grandes feitos. Fatos estes de conhecimento do geral do povo. Não teria Jesus dado prova bastante de que se tratava do Filho de Deus?

Pilatos declara-se incompetente para julgar… e entrega Jesus à morte

Depois de interrogado e condenado, Jesus foi levado até Pilatos, a quem cabia impor-Lhe a pena de morte. Vendo que em Jesus não existia culpa alguma, Pilatos reinquiriu o condenado, não se limitando a ratificar a sentença proferida por Caifás.

Sentindo o peso de condenar um justo, Pilatos declarou-se incompetente para julgar Nosso Senhor, transferindo para Herodes a responsabilidade, sob o argumento de ser Jesus galileu.

Mas Herodes, já manchado com o sangue de João Batista, não quis ser autor de um novo assassinato, e por isso devolveu o julgamento de Jesus à responsabilidade de Pilatos.

O que levou Pilatos a condenar

Receoso de parecer pouco zeloso dos direitos do Imperador, Pilatos rendeu-se aos clamores do populacho, e em um gesto de covardia condenou Nosso Senhor à crucifixão. Apesar de continuar a “não ver nele nenhum crime”!

Contraditoriamente, lavou as mãos, em sinal de protesto contra a sentença que lhe extorquiram. Preferiu garantir-se o posto, a cumprir seu dever de imparcialidade, manchando-se desse modo com o sangue do Justo. Desse modo tornou-se o juiz mais injusto em toda a história da humanidade”.

O homem que sabia o dia da sua morte

No final do ano litúrgico aprendemos o que é uma novidade. Por exemplo: para a Igreja o ano acabou no último sábado e no 1º Domingo do Advento começou mais um ano para a Liturgia. Assim concluímos: novidade é aquilo que mais recente se deu.

Com isso é muito útil fazermos uma meditação sobre a novidade das novidades, que é a morte. Está faz parte dos novíssimos do homem, como nos ensina a doutrina católica, que são quatro: morte, juízo, inferno ou paraíso.

Neste Domingo antes da Santa Missa, os alunos do Projeto Futuro e Vida, juntamente com seus familiares puderam assistir a uma representação teatral contar a história de conde Rodolpho:

Nobre alemão que, por ser jovem e robusto, achava que só morreria dali a muitos e muitos anos; por isso levava uma vida de prazeres e diversões sem preocupar-se com a morte. Certo dia, enquanto caçava, perdeu-se na Floresta Negra e, encontrou uma capela abandonada para passar a noite.

Maria Santíssima em sua bondade queria converter aquele nobre cavaleiro e lhe mandou na mesma noite dois sonhos:

No primeiro ele viu o dia de sua morte que seria dali a 50 anos, acorda e pensa: “Cinquenta anos é muito tempo para se preparar, vou fazer uma sábia divisão: 25 anos aproveito a vida, 25 anos me preparo”. Assim foi ele prorrogando sua conversão e no último dia de vida marca um almoço de despedida para todos seus amigos.

Terminado o almoço, ele vai descansar um pouco e já começa a sentir as primeiras dores da morte, pede para chamarem um Sacerdote, pois queria se confessar, mas este morava longe de seu castelo e não consegue chegar a tempo. Toca o sino da meia-noite e na última badalada ele acorda na mesma capela abandonada onde estava no meio da floresta.

Depois destes dois sonhos o nobre cavaleiro mudou de vida, tornou-se religioso e pode assim melhor preparar-se para o encontro com Deus.

 

Levante a mão

Leopold Mozart com o filho Wolfgang e a filha Nanerl

Um amigo pouco conhecedor do perfil dos Arautos do Evangelho ficou bem impressionado com a disciplina que percebeu haver no nosso estilo de vida. Perguntava-se se essa disciplina era fruto de um amor pela causa abraçada ou se era “uma imposição” vinda “de cima”.

— Você conhece o Mons. João Clá? —perguntei-lhe.

— Muito pouco, e só por algumas coisas lidas. Vi um trecho de vídeo em que aparecia o Mons. João, mas foi só um pedacinho. E nesse trecho ele apenas regia um coral…

— Então vou contar-lhe uma.

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