Atividades de final de semana

As atividades do final de semana começam às 11:00 hs da manhã, com a famosa aula de música. Nessa aula ajudamos o aluno a desenvolver seus dotes e suas aptidões musicais, seja ela na parte instrumental como na vocal. A música é um inestimável beneficio para a formação, desenvolvimento e equilíbrio da personalidade da criança e do adolescente.

Ao final da mesma os alunos são convidados a um momento de oração na capela. Há, pois, duas dimensões na vocação dos Arautos do Evangelho: uma vertical, que diz respeito ao relacionamento da alma com Deus; outra, horizontal, ou seja, o compromisso com os irmãos que se traduz no empenho evangelizador.

Após essas atividades de íntima unidade entre a vida prática e a fé, os alunos participam de um almoço a onde revelam tudo aquilo que aprenderam em animadas conversas à mesa.

Vamos então para a próxima atividade que será o catecismo!!! Aqui eles aprendem desde os primórdios da catequese até mesmo a teologia explicitada pelos autores clássicos da Igreja Católica. Por exemplo São Tomás de Aquino.

Quando soa o sino das 15:00 h, todos, avidamente se preparam para mais uma jornada, que será a reunião “HMM” ( Hábitos, mentalidades e maneiras ).

Os jovens atualmente não têm ainda, ou nem sempre, a capacidade moral e crítica para distinguir o que é bom do que não o é, nem sempre dispõem de pontos de referência religiosa e moral, para assumir uma posição independente e justa diante das mentalidades e costumes dominantes. Seguindo essas diretrizes, é dado especial empenho ao reto desenvolvimento do senso moral do jovem, favorecendo o discernimento entre o bem e o mal, para que nele não se ofusque o perfil do bem, do belo e do verdadeiro.

Essa reunião é realizada com projeções de fotos, vídeos e áudios. Como o ser humano não consegue viver sem as ilustrações – principalmente os jovens – todos participam, dando suas opiniões sobre o assunto tratado, criando assim um ambiente de alegria e descontração.

Enfim… depois de terem exercitado a parte espiritual e a intelectual, nada mais sadio que a prática de esportes para gastar as energias. A atividade física é importante para o desenvolvimento intelectual, favorecendo um melhor desempenho escolar e também no convívio social. A prática de exercícios pode funcionar como uma via de escape para a energia “extra normal” das crianças, ou seja, sua hiperatividade. Pois “a mente ociosa, é mente do diabo”, dizia São João Bosco lamentando-se da juventude que se perdia, por ficarem sem ocupação.

“Finis corona opera” dizia um ditado latino. O saboroso lanche no cair da tarde, coroa as atividades que os alunos tiveram a oportunidade de participar. Até parece um paradoxo, mas, ao escutarem o tintilar do sino, com um entusiasmo radiante já sabem que é o famoso lanche, mas ao mesmo tempo também sabem que é o final das atividades. E a única coisa que faz com que o aluno não perca esse entusiasmo é a confiança e a certeza que no próximo final de semana tem mais.

Por isso num ambiente assim os alunos podem ouvir com todo o seu vigor o apelo do Santo Padre: “A vós, jovens, peço-vos: defendei vossa liberdade interior! Que uma falsa vergonha não vos impeça de cultivar a castidade!” (Papa João Paulo II – Homilia na canonização de Santa Kinga, 16/6/1999). Ali podem comprovar toda a verdade contida na famosa sentença de Paul Claudel: “A juventude não foi feita para o prazer, mas para o heroísmo”.

Curiosidades

As Águias

Na ordem da criação podemos distinguir cinco graus ou estágios, em ordem crescente de perfeição: os minerais, os vegetais, os animais, os homens e os anjos. Trataremos, no momento, sobre os animais, que por terem a sensibilidade, são superiores aos vegetais e aos minerais.
Determinados seres do reino animal levam a cabo trabalhos admiráveis, com uma organização quase eficaz quanto a que o homem pode alcançar; é o caso das formigas e das abelhas, por exemplo. Porém, mais que do sobre organização é interessante falar sobre beleza; e a respeito dessa qualidade a águia nos diz muito.
Seu nome refere-se à agudeza de suas vistas (acumen oculórum), pois de abarcar grandes distâncias, ela pode fitar o sol sem sofrer qualquer infortúnio. Diz-se que de grandes alturas a águia consegue ver os peixes, precipitando-se sobre eles como um raio e arrebatando-os das águas. É um animal nobre e elegante e, talvez por essa razão, possui uma espécie de “senso de honra”: ao nascerem seus filhotes ela pega-os e os sustenta diante dos raios do sol, considerando dignos de sua raça apenas os que mantenham fixam seu olhar no astro-rei, abandonando à sua sorte os que piscam, considerando-os uma desonra de sua espécie.
É muito importante sabermos encontrar os simbolismos presentes na ordem da criação, e fazer analogias entre eles e os homens. Ao pensar na águia, não seria vão recordar que a Providência, que ao longo da história, suscita grandes homens, quais são como as águias: nobres, fortes e altaneiros, dotados pela graça de uma aguda visão dos horizontes sobrenaturais e dos grandes desígnios de Deus.

Diego Faustino -1° ano de Filosofia – Seminário dos Arautos do Evangelho

Oração antes das refeições

São Domingos Sávio, o jovem e santo discípulo de São João Bosco, já aos quatro anos de idade, não tinha necessidade de ser lembrado de rezar as orações da manhã e da noite, o Angelus bem como, antes e depois das refeições. Sempre que seus pais se esqueciam de rezá-las, ele tomava a iniciativa de fazê-lo.

Em certa ocasião, um visitante sentou-se à mesa sem rezar. Não ousando chamá-lo à atenção, Domingos retirou-se tristonho. Interrogado depois por seus pais sobre o motivo daquela estranha atitude respondeu: “Não me atrevo a sentar-me à mesa junto a uma pessoa que inicia a refeição como um animal”.

Douglas Rodrigues- 3ª Série – Colégio Arautos do Evangelho


Má Confissão

Conta o Pe. Fusignano que certo homem por muito tempo mantinha péssimos costumes, mas sempre encontrava um Sacerdote que o absolvia. Sua esposa, senhora piedosa, chorava e lamentava-se por isso, ao que o empedernido respondia: “Mulher, não seja louca, deixe de bobagens, se fosse algo tão grave o Padre não me absolveria”.

Caminhou abraçado à sua desonestidade até o túmulo…
Entretanto, após a sua morte, ele apareceu à sua mulher, todo envolto em chamas, sendo carregado por um outro personagem, do mesmo modo coberto pelo fogo. Ambos tinham aspecto horrível e exalavam nauseabundo odor.

Daquela macabra cena a pobre coitada ouviu sair uma voz, parecida com a de seu falecido esposo, mas já muito deformada e de timbre horripilante: “Estou condenado por não ter deixado a ocasião de pecado, e este que me carrega é o meu confessor, que apesar de eu não estar em estado digno para tal, me absolvia”.

Não joguemos pérolas aos porcos, saibamos bem aproveitar este divino presente que é o Sacramento da Confissão, e façamo-la bem. Fujamos das ocasiões de pecado, e jamais nos obstinemos nas vias do mesmo, pois a punição dada por Deus àqueles que brincam com sua misericórdia é crudelíssima, infinita e justa.

Lucas Garcia -1° ano de Filosofia – Seminário dos Arautos do Evangelho

O cavaleiro que chegou atrasado

Terminada a Santa Missa logo pela manhã, Fernán González, conde de Castela, retira-se do Santuário de São Pedro de Gormoz com os seus soldados e, partiram a cavalo, sob um tórrido sol, para o vale de Cascajaves, onde acampavam as tropas mouras. Porém, nem todos o fizeram. Enquanto os soldados galopavam rumo a Cascajaves, um dos mais valorosos cavaleiros castelhanos, chamado Fernán Antolínez, profundamente religioso, permaneceu ali, pois tinha o costume de se recolher, desde o romper da aurora, até o momento em que houvesse terminado a última Missa.

Passadas algumas horas, enquanto Fernán González travava um encarniçado combate, Antolínez continuava no santuário, sendo continuamente chamado aos brados pelo seu escudeiro que assistia à batalha do umbral da igreja, impaciente por não estar na peleja e indignado por pensar que seu senhor não comparecia a ela por covardia.

Fernán Antolínez nem sequer dava atenção aos apelos de seu escudeiro e assistia devota e atentamente ao Santo Sacrifício do Altar, enquanto católicos e mouros cruzavam ferro com enorme estrondo.

Entretanto, ninguém notou no combate a ausência do devoto cavaleiro. Pelo contrário, admiravam-se os cristãos das grandes proezas que Fernán Antolínez fazia no campo de batalha. Viram-no inclusive apoderar-se da bandeira inimiga, desmoralizando os adversários e conquistando, assim, mais uma vitória para a Cristandade castelhana.

Terminado o combate, procuravam-no para felicitá-lo pelos seus heróicos lances, mas não conseguiam encontrá-lo. Soube-se afinal que Fernán Antolínez estava na mesma igreja, confuso e envergonhado por não ter ido à batalha. Para lá foram os castelhanos e, vendo que o cavaleiro estava ileso, perceberam o portentoso milagre com que Deus quisera recompensar o fiel Antolínez. Ajoelharam-se para agradecer o estupendo prodígio, mas, eis que um novo milagre ocorre, para surpresa de todos. O nobre guerreiro viu abrirem-se inúmeras chagas em seu corpo e o seu sangue escorrer pelo chão da capela.

Maravilhado, ele também com o fenômeno, ajoelhou-se junto com Fernán González e os seus, e louvaram Jesus e Maria por tão grande triunfo alcançado.

Rodrigo Portela -3ª Série – Colégio Arautos do Evangelho

O Cavalo “Enorme”

A criança apetente do maravilhoso – e, por isso mesmo, apetente de Deus – tende para aquilo que é mais excelente. Pode ser que, depois, pela desordem própria à natureza humana, ela abuse dessa tendência e tenha a mania de possuir certas coisas, mas esse primeiro movimento, pelo qual o homem deseja o melhor e o que mais lhe convém, é em si reto! E, por causa disso, a imaginação da criança é muito fértil e ela facilmente atribui aos seus brinquedos qualidades que estes não têm. Esses movimentos existem nas almas de todas as crianças e fazem o maravilhamento da infância.

Eu possuía um brinquedo comum: era um cavalinho de pano posto sobre rodinhas com eixo de metal e com uma pequena fita pela qual eu podia puxá-lo. Para os meus braços, era um cavalo muito grande e eu tinha inclusive certa dificuldade para movimentá-lo. Então, eu o chamava de “Enorme”.

Durante a viagem, de vez em quando eu falava sobre o “Enorme”, E, quando voltamos, eu disse:

“Quero o meu ‘Enorme’!”

Lembro-me como se fosse hoje: levaram-me para o quarto do andar térreo da casa, no qual havia um armário trancado, onde haviam sido guardados os brinquedos das três crianças da família. Abriram-no e tiraram o “Enorme”. A minha primeira reação foi de exclamar:

“Esse não é o ‘Enorme’!”

Duas ou três pessoas em torno de mim deram risada, afirmando ser o “Enorme”.

E, de fato, era terrivelmente parecido… Mas para mim era muito inferior! Qual a razão?

Eu tinha crescido e o “Enorme” tinha deixado de ser enorme… Mas, por outro lado, ficando mais velho eu notava tratar-se de um boneco de pano, enquanto que antes da viagem eu o via quase como um ente vivo. Portanto, eu tinha atribuído ao “Enorme” algumas qualidades que um cavalo devia ter e que um boneco não podia ter. Eu estava, no fundo, à procura de alguma coisa que transcendesse: era o cavalo vivo!

Já dizia o Conselheiro Acácio…

Muito mencionado, mas pouco conhecido. Não é raro ouvirmos em conversas e até mesmo em reuniões a seguinte frase: “Até lá chegou o Conselheiro Acácio!”
Mas… quem foi ele?
O Conselheiro Acácio é um dos personagens da obra “O Primo Basílio”, de Eça de Queiroz, escritor português dos século XIX.
Nessa peça o Conselheiro Acácio nasce em Lisboa. É tido na sociedade como grande conhecedor da moral, sempre defendendo os bons costumes. Homem alto, magro todo vestido de preto, com o pescoço fino num colarinho rígido. O rosto ia-se alargando até à calva, vasta e polida, e um pouco amolgada no alto. Era muito pálido e possuía avantajadas orelhas.
Este personagem expressava-se quase sempre com chavões e encharravascadas frases vazias, mas sobretudo tornou-se célebre por representar a convencionalidade e a mediocridade dos políticos e burocratas portugueses do fim do século XIX. É possível que o autor de “O Primo Basílio” tendo querido ridicularizar a moral Católica e os bons costumes, apresentando-os enquanto difundidas por um personagem risível.
Tendo em vista a formação dada pelo Pe. João em suas reuniões, o termo “Conselheiro Acácio” é usado por ele no seguinte sentido: certas afirmações são tão óbvias que seu enunciado se torna desnecessário e até pedante como, por exemplo: “A aurora nos trouxe a luz”.

Diego Faustino – Aluno do Colégio Arautos