O cartaz era chamativo: um lindo cristal cuidadosamente lapidado com formas complexas e simétricas. Pensei com meus botões: “Deve ser alguma exposição de cristais artisticamente trabalhados”. Alguma razão tinha para pensar isso, pois estava bem no coração de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
Os olhos deram com o restante do cartaz: era algo disforme, quase assustador; parecia uma horrível ferida.
O que faziam duas coisas tão dispares juntas?
Li com calma: era o anuncio de uma palestra de renomado pesquisador sobre… a água.
Interessei-me e conversei com um promotor do evento.
Dias depois foi a palestra: era o Dr. Masaru Emoto, médico e doutor em Relações Humanas. Além disso, especialista em micro-fotografia e autor de vários best-sellers.
Da palestra retiro apenas um ponto muito claro. Claro como água.
Aliás era da água que se tratava: o Dr Emoto vinha registrando a décadas suas experiências de “como se comportava a água” diante de situações bem diversas.
No início sofreu oposição de cientistas, os quais, porém recusaram-se a repetir eles mesmos as experiências que fizera. Só então poderiam dizer algo de sério. Não o fizeram.
Alguns dados sobre a difusão de suas experiências dizem bastante: vários dos livros em que descreve suas experiências foram best-sellers em vários países, alguns publicados em mais de 20 idiomas ⁽¹⁾. A tese principal — veremos a seguir — foi adotada pela ONU para uma publicação de 650 milhões de exemplares, a ser distribuída gratuitamente em todo mundo: “Mensagem da Água para as crianças”.
Dr. Emoto desenvolveu uma pesquisa muito simples e de resultados concludentes: tomava uma porção de água em determinada circunstância, congelava-a e fotografava com a ajuda de potentes microscópios.
Retirou água da nascente de um rio e submeteu a esse processo. Vemos o resultado na imagem ❶ ⁽²⁾. Retirou deste mesmo rio água visivelmente poluída ao passar por uma cidade. A imagem ❷ é uma molécula dessa água.
Foi mais adiante: tomou água cristalina e submeteu duas porções diferentes a situações opostas. Uma porção foi posta num ambiente calmo e fez tocar uma bela música clássica (figura ❸); a outra teve que “ouvir” a cacofonia do “heavy metal” (figura ❹).
Mais um passo: na placidez do campo uma porção de água “ouviu” a recitação de uma oração e palavras de carinho (figura ❺); a outra porção foi submetida a injúrias e ameças (figura ❻).
A conclusão parece-nos óbvia: se uma criatura tão simples como a água reage assim, quais os danos a que está sujeito o homem, tão mais sensível?
Não fosse por outra razão, somos constituídos em maior parte de… água.
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⁽¹⁾ Entre outros: Messages from Water – I (Mensagens da água -1)Hado Publishing, 199; idem, volume II, Sunmark Publ., 2001; idem volume III, Beyhond Words Publ, 2004
⁽²⁾As imagens foram facilitadas pela secretaria do evento, realizada no Minascentro, em setembro passado.