Esperteza, uma virtude esquecida

É frequente encontrarmos quem ache que, pelo fato de alguém procurar ser bom, é um tolo, qualquer um engana, etc. Desse modo procuram associar a idiotice aos bons e a esperteza aos maus.

Essa visualização faz muitos que querem ser bons, velarem e diminuírem seu desejo e, às vezes, darem ares de “maus”, para serem aceitos pelo mundo.

A generalização de artifícios como este, dificulta a prática da virtude e faz parte daquilo que Nosso Senhor chama de “mundo”, seu maior inimigo.

“Sede, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas” (Mt 10, 16)? Com estas palavras, Jesus nos recomenda: sede inocentes, sim, mas também espertos! Inocência sem esperteza pode resultar em tolice.

EXEMPLO DE UM SANTO

Santo Atanásio, Patriarca de Alexandria, fugia dos soldados enviados pelo imperador Juliano, o Apóstata, para prendê-lo. Os remadores se esforçavam para aumentar a velocidade do bote que subia o rio Nilo. Os soldados romanos o perseguiam numa galera. A certa altura, fazendo uma curva em torno de uma ilhota, o pequeno barco ficou momentaneamente fora da vista dos perseguidores, e o santo Bispo ordenou aos remadores:

— Façam meia-volta, vamos de encontro à galera.

Quando se cruzavam as duas embarcações, o comandante da patrulha imperial perguntou aos homens do bote:

— Viram por acaso Atanásio subindo o rio?

— Sim! Há pouco ia ele numa canoa logo após aquela curva — respondeu o próprio Atanásio.

A embarcação romana sai na direção apontada…

 

 

(Veja o tema completo no artigo “A virtude da esperteza” do Pe. Francisco Teixeira de Araújo, EP, publicado na revista Arautos do Evangelho, nº 157, janeiro de 2015, p. 16-18. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )

 

Ilustrações:  Arautos do Evangelho, Gustavo Krajl, Wiki

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