Não há dia em que a graça não nos fale. Não há dia em que Deus não nos convide a dar um passo a mais na união com Ele. Para escutar com clareza essa voz misteriosa e discreta, basta nos afastarmos um pouco da voragem do mundo hodierno.
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VOZ MISTERIOSA DA GRAÇA
Quem, estando imerso nas ocupações diárias, não se sentiu tocado alguma vez por uma voz discreta e misteriosa a lhe dizer: “Se hoje ouvires a minha voz, não endureças teu coração”?
Quem nunca escutou sussurrar em seu interior: “Vem a mim e te darei paz de alma, serenidade nas dificuldades, forças quando te sentires fraco”? Quem nunca se sentiu confortado por palavras que penetram a fundo no coração?
A presença dessa voz é muito mais comum do que se pode imaginar. Ao longo do dia, embora de forma quase imperceptível, ela fala, adverte, aconselha, corrige. Em meio às tribulações, costuma tranquilizar; diante de uma ocasião próxima de pecado, nos previne; após uma falta, nos repreende. É a graça falando em nosso interior.
Ela pode entrar em contato conosco de maneiras diversas: de uma música, de um panorama, do canto de um pássaro ou do sorriso inocente de uma criança. Não há dia em que a graça não nos fale; não há dia em que Deus não nos estimule a dar um passo a mais na união com Ele.
Para ouvir essa voz tão discreta basta nos afastarmos um pouco da voragem do mundo hodierno à procura dos valores mais altos. Paremos por alguns instantes junto ao Santíssimo Sacramento, aos pés de uma imagem piedosa ou diante do quadro de algum Santo. A graça se fará ouvir ali com maior nitidez do que no meio das ocupações do dia a dia.
Quanto mais contato tenhamos com lugares, objetos ou pessoas que nos “falem” de Deus, mais perto d’Ele conseguiremos estar.
Procuremos ouvir essa voz da graça que a todo momento nos fala, para que no dia do Juízo possamos escutar com gáudio Nosso Senhor nos dizer: “Essa ovelha escutou a minha voz. Eu a conheço e agora ela há de Me seguir para sempre!”