Pessoas tão pobres que só tinham dinheiro

“Conheci pessoas tão pobres que só tinham dinheiro” dizia a Irmã Dulce, apelidada “o Anjo bom da Bahia”.

Para muita gente a frase parece contraditória. Mas a experiência — e a consciência — de incontáveis pessoas sente “na pele” que a frase é bem verdadeira. Dolorosamente verdadeira.

Quantas vezes uma palavra ou um sorriso amigo têm um efeito que muito dinheiro não dá. E ganham os dois: quem dá e quem recebe; quem recebe sente-se valorizado e quem dá tem a alegria de ver que tornou alguém feliz. E para isso não precisa dinheiro. Precisa um coração que ame a Deus no próximo.

Mas então, e as riquezas com as quais o próprio Deus ornou o mundo — ouro, pedras preciosas, cristais… — para que servem?

O texto a seguir, de autoria do “pobrezinho de Assis”, o doce São Francisco põe as coisas nos devidos lugares.

TENHAM COMO COISAS PRECIOSAS

Eu vos rogo, mais encarecidamente do que por mim mesmo, que quando for preciso e julgardes oportuno, humildemente supliqueis aos clérigos, que sobre todas as coisas honrem o Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo e os escritos em que se encontram os seus santos nomes e suas santas palavras da consagração do seu Corpo. Os cálices, os corporais, os ornamentos do altar e tudo quanto pertence ao Sacrifício, tenham como coisas preciosas.

E se, nalguma parte, o Santíssimo Corpo do Senhor estiver com muita pobreza abandonado, que eles, como manda a Igreja, o coloquem em lugar precioso e bem guardado, com grande veneração o trasladem e com discrição o administrem aos outros. E também aos escritos com os nomes e palavras do Senhor, onde quer que os encontrem em lugares impróprios, os recolham e coloquem em lugares decentes.

E em todas as pregações que fazeis, exortai o povo à penitência e lembrai que ninguém se pode salvar sem receber o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor (Jo 6, 54). E quando o sacerdote sacrifica no altar eleva a qualquer parte o Corpo do Senhor, todos, de joelhos, rendam louvores, glória e honra ao Senhor Deus vivo e verdadeiro. E sobre o louvor que lhe é devido, anunciai a todas as gentes e pregai que, a toda a hora e quando tocam os sinos, sempre, todo o povo, por toda a Terra, preste homenagem e ação de graças ao Deus todo-poderoso.

São Francisco de Assis. Da primeira carta aos custódios

Basílica de São Francisco, Assis, Itália

(Compartilhado da revista “Arautos do Evangelho”, nº 178, outubro de 2016, p. 5. Para acessar a revista Arautos do Evangelho do corrente mês clique aqui )

 Ilustrações: Arautos do Evangelho, Gustavo Krajl, wiki

Faça um pouco de silêncio e ouvirá

Não há dia em que a graça não nos fale. Não há dia em que Deus não nos convide a dar um passo a mais na união com Ele. Para escutar com clareza essa voz misteriosa e discreta, basta nos afastarmos um pouco da voragem do mundo hodierno.
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Maio, mês de Maria. Por que?

O leitor já se terá perguntado por que o mês de maio é dedicado a Maria, uma vez que em outros meses há festas litúrgicas importantes em honra de Nossa Senhora, como a Imaculada Conceição, em dezembro, ou a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, em janeiro?

Vários autores têm tratado do assunto e inúmeras hipóteses ou explicações têm sido levantadas. Continue lendo Maio, mês de Maria. Por que?

Escapulário salva duas vidas

A precisamente 100 anos o mundo estava já a quatro anos convulsionado pela Primeira Guerra Mundial. Na primavera de 1918 os alemães lançaram uma desesperada ofensiva. Durante esta ocorreu o fato narrado a seguir.(*)

Era noite, todos dormiam na apertada trincheira, em plena Primeira Guerra Mundial. Todos, menos um jovem soldado. Fora extremamente fatigante aquele dia, nada mais desejava ele que descansar como os seus companheiros do batalhão, que caíram num pesado sono. Contudo, uma preocupação o impedia de dormir. Continue lendo Escapulário salva duas vidas

Cerimônias do Tríduo Pascal e Domingo de Páscoa

Vigília Pascal – presbitério decorado

Os dias mais solenes do Ano Litúrgico, no qual revivemos, de forma mais profunda, um dos principais mistérios da nossa fé: Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo!

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“Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”

Atendendo a um pedido feito pela Santíssima Virgem, os Arautos do Evangelho promovem a devoção reparadora dos Primeiros Sábados do mês.

Como se deve praticar essa devoção, ensinada pela própria Mãe de Deus? Continue lendo “Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”

Famintos de quê?

Fala-se muito — e com razão — da fome material de que muitos padecem por razões as mais diversas: injustiças, imprevidências, vícios, preguiça etc.

O que diríamos, porém, de um faminto que tivesse à sua disposição os melhores e mais substanciosos alimentos e continuasse faminto por não os querer comer? Continue lendo Famintos de quê?

Por que?

“Passou fazendo o bem”. Assim São Pedro resume a vida de Jesus.

A figura divina de Nosso Senhor sempre se nos apresenta ora curando um enfermo, ora consolando um aflito ou ressuscitando um morto. O Evangelho narra que foi precisamente após ressuscitar Lázaro que os fariseus decretaram: “É preciso matá-Lo!”. Por que? Sim, por que, se Jesus só fez o bem?

O texto a seguir, de autoria do Prof. Plinio Correa de Oliveira nos esclarece bem esse mistério da iniquidade. Continue lendo Por que?

Por que Nossa Senhora atrai tanto?

Numa palestra do Mons. João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho, ouvi uma lúcida e bela explicação. Creio que vem bem a propósito para explicar as fotos que ilustram este post.

Como nós seres humanos vivemos no tempo, não conseguimos imaginar o que é um Ser — além do mais infinito — viver fora do tempo, na eternidade. Para Ele não há passado ou futuro: tudo é presente.

Creio ser tão difícil compreender isso quanto era o problema sobre o qual Santo Agostinho procurava a resposta, Continue lendo Por que Nossa Senhora atrai tanto?

As flores falantes

“Calai-vos, calai-vos!” dizia São Paulo da Cruz ao tocar com a extremidade do seu bastão nas flores que ia encontrando pelos caminhos, pois elas tanto lhe “falavam” de Deus e de suas maravilhas que ele, tomado por forte emoção, pedia-lhes que se “calassem”.

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