Indo além das estrelas

Santa Terezinha do Menino Jesus refere-se ao céu material que vemos como “o belo avesso do Céu” dos bem-aventurados. E é bem isso: a realidade material da natureza que vemos é realmente um “avesso” — o lado menos bom de um tecido. Mas Deus em sua infinita misericórdia fez para nós um “avesso” muito belo; vendo-o podemos imaginar o prêmio eterno que nos aguarda se nessa vida vivemos conforme a vontade de Deus.

Foi contemplando — e, por assim dizer, mergulhando nesse “avesso” que uma jovem senhora chegou a conclusão de como ver o outro lado: o caminho para o prêmio que Deus reserva aos seus.

Como ela chegou até lá?

Antes de tudo quem é ela.

Elisabeth Osgood

Trata-se de Elisabeth Osgood, engenheira espacial da NASA e professora na Universidade da Ilha Prince Edward, no Canadá. Participou do projeto e construção das naves espaciais LASTM e GLAST bem como de outros projetos de engenharia espacial.

Conta ela própria (1) como, ao debruçar-se sobre a realidade do espaço sideral para efeitos de seus trabalhos profissionais, foi atraída cada vez mais pela perfeição e harmonia estabelecidas por Deus no universo. Perfeição essa que não só permite os projetos científicos mais sofisticados, pois é uma realidade que não muda em suas leis, como contemplar a Sabedoria do Criador dessa mesma realidade.

Disse, por exemplo: “meus estudos espirituais e científicos complementam-se. Ambos são expressões do amor de Deus”. Por isso, uma das incontáveis matérias publicadas pela mídia a propósito de sua decisão trazia o título: From NASA engineer to nun: Libby Osgood’s journey — “De engenheira da NASA a freira – O caminho de Libby (2) Osgood”

Desse modo sua alma ia se abrindo para o conhecimento e o amor de Deus Criador. Criador daquelas maravilhas grandes e pequenas com as quais tinha contato no seu trabalho do dia a dia. A beleza, a harmonia a ordem daquilo com que tinha contato falavam-lhe de uma suprema Beleza, de uma suprema Harmonia, de uma suprema Ordem que é o próprio Deus.

A beleza de um céu estrelado, quer a olho nu, quer ao telescópio “falava-lhe” da Beleza com “B” maiúsculo que é Deus.

Nasceu assim em sua alma o desejo de revenciá-lO e louvá-lO mais especialmente. E assim conheceu as Irmãs de Notre Dame, congregação religiosa à qual afeiçoou-se, pois via ali a possibilidade de externar seu amor a Deus que já tanto amava.

Na comunidade mikinduri – Quênia

Outra realidade aproximou-a ainda mais do desejo da vida religiosa: numa de suas férias foi ao Quênia (África) como voluntária junto as comunidades carentes mikinduri. Aí pode exercer o que Jesus chama de “mandamento semelhante ao primeiro” (Mt 22, 39): o amor ao próximo.

No momento que escrevemos estas linhas, Elisabeth Osgood já deve ser postulante ou noviça na congregação de Notre Dame. Nós, Arautos do Evangelho, fazemos votos de que Elisabeth seja tão exímia em sua vida como religiosa como o foi como engenheira espacial da NASA.

Sem necessidade de naves espaciais ela terá chegado ao objetivo de todos nós: Deus.

(1) Entre outros órgãos da mídia, ver CBC News, University Pince Edward Island, Times Colonist, Rivista SRM (Itália).

(2) “Libby” é o apelativo típico de “Elisabeth”.

Ilustrações: NASA, Wiki

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