Divino equilíbrio

Certa ocasião dizia-nos Mons. João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho que a Igreja Católica é uma obra-prima de Deus, e quando, por assim dizer, a nossa mão tocar em algo da Igreja osculemos aquilo pois certamente é mais uma maravilha.

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Há pouco mais de um mês

Há pouco mais de um mês a  Arquidiocese de Curitiba despedia-se de seu Arcebispo, Dom Moacyr José Vitti, CSS. As lágrimas, como não podia ser de outra forma, correram abundantes dos olhos dos fiéis, afinal, foram dez anos à frente desta tão importante Arquidiocese, sem contar os anos como Bispo auxiliar. Criou-se, assim, um forte vínculo entre o pastor e seu rebanho.

Como sucessores dos Apóstolos, os bispos são Príncipes da Igreja, chamados a, de maneira toda especial e particular, serem imitadores de Nosso Senhor Jesus Cristo, irradiando, desta forma, muito mais através do exemplo que de meras palavras, o bom odor de Cristo, sendo ao mesmo tempo sal da Terra e luz do mundo. Mas, ó paradoxo, “a messe é grande e os operários são poucos, pedi que sejam enviados mais operários à messe”, um operário se foi, ou melhor, foi colhido pela Providência Divina, eis que agora, como sói acontecer, o rebanho suplica ao Senhor por mais um operário.

É em meio ainda a atmosfera de saudades, de despedida, mas também de esperança e de um futuro cada vez mais promissor para nossa Arquidiocese, que todos aguardam a resposta do Divino Mestre sobre o novo escolhido.

Sendo a Igreja imortal, pois dela disse Nosso Senhor que “as portas do inferno não prevaleceriam contra ela”, sabemos que seu principal condutor e guia é o prórpio Divino Espírito Santo, entretanto, como plano da mesma Santíssima Trindade, quer Ela governar através de dignos ministros, visíveis, palpáveis, para mais facilmente ensinar aos homens que é possível, sim, imitá-La. Esse, entre tantos outros, foi o exemplo que sempre almejou nos dar Dom Moacyr, e assim deverá ser com todos os outros a quem o Senhor confiar tão grande, nobre e importante missão, que é a de ser Príncipe da Santa Igreja, sucessor dos Apóstolos, ter em si a plenitude do Sacerdócio. Daí se compreende, também, a veneração que prestamos e devemos aos nossos Bispos.

 

Harmonias

Seria possível compor uma música com uma nota só?

Na medida que se possa chamar de música o som de uma sirene ou de uma buzina, sim. Mas aí seria um único tom, seria mono tom, seria monótono: esse é o significado da palavra “monótono”. Um só (“mono”) som (tono).

É o mínimo que se poderia dizer de um único som: monótono.

Para haver beleza, a música deve ter uma variedade de sons. Só havendo variedade é possível harmonia.

Vejamos, então, uma música.

A Santa Igreja Católica é a grande sinfonia criada por Deus para os ouvidos da nossa alma. Sinfonia que reflete a variedade de atributos do Criador, suas infinitas perfeições.

No dia 6 de outubro a Igreja comemora uma das notas musicais inspiradas poe Ela: São Bruno, fundador da Cartuxa, uma das ordens religiosas mais ciosas da perfeição, a brilhar nos céus da Santa Igreja.

São Bruno viveu nos últimos anos do século XI. Inspirado por Deus, fundou o Ordem dos Cartuxos, que na solidão, no perpétuo silêncio e austera simplicidade busca a perfeição da vida contemplativa. A Ordem tem um lema: “Nunca reformada porque nunca deformada”, expressão de sua fidelidade ao carisma original do Fundador.

Para aquilatarmos a obra de São Bruno, vejamos como se passa a vida de algum de seus filhos espirituais. Para isso, penetremos na austera cela onde um cartuxo reza. À sua frente um crucifixo relembra a morte mais dolorosa que jamais houve. Revestido de um simples e pobre hábito, parece a personificação da gravidade, da resolução varonil de só viver para o que é verdadeiro, eterno, de nobre simplicidade e espírito de renúncia a tudo quanto é da terra. Pobreza material enfim, iluminada pelos reflexos sobrenaturais da mais alta riqueza espiritual. ⁽¹⁾

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Consideremos a outra ilustração: o Concílio reunido na Basílica de São Pedro. É uma feeria de cores, luzes e pompas numa cena histórica. Tudo se reveste de uma grandeza, que é o suprassumo do que a terra pode apresentar de mais belo.

O que em uma foto é gravidade recolhida, no outro é glória irradiante. O que em um é pobreza, no outro é fausto. O que em um é simplicidade, no outro é requinte. O que em um é renúncia às criaturas, no outro é a superabundância das mais esplêndidas dentre elas.

Pode-se, então, ao mesmo tempo amar a riqueza e a pobreza, a simplicidade e a pompa, a ostentação e o recolhimento? Pode-se a um tempo louvar o abandono de todas as coisas da terra, e a reunião de todas elas para a constituição de um quadro em que reluzem os mais altos valores terrenos, reflexos da Beleza infinita de Deus?

Existe uma contradição?

Não, pelo contrário, a Igreja Se mostra santa, e sabe estimular a prática das virtudes presentes na vida obscura do Monge, e no esplendor de São Padro. Uma coisa se equilibra com a outra, um extremo (no sentido bom da palavra) compensa a outro e com ele se harmoniza.

Na austeridade do Monge, se vai até Deus considerando o que as coisas não são. No esplendor da Liturgia se sobe até Ele.

A Santa Igreja convida os seus filhos a irem por uma e outra via simultaneamente. Pelo espetáculo sublime de suas pompas, e pela consideração das admiráveis renúncias que só Ela sabe inspirar e fazer realizar.

Como numa música bem composta, as diversidades combinadas harmoniosamente são o fator de beleza.

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⁽¹⁾ Adaptação de trechos do artigo “Pobreza e fausto: extremos harmônicos no firmamento da Igreja”, Plinio Corrêa de Oliveira, jornal Catolicismo, nº 96.

O Guarda suíço

É mundialmente conhecida a famosa guarda suiça do Papa, não só pela disciplina, pela bela vestimenta, como pela sua dedicação em zelar pela pessoa sagrada daquele que Jesus constituiu como “pedra sobre a qual edificou a sua Igreja”.

Muitos dos guardas suíços, ao longo dos séculos deram exemplo dessa dedicação, chegando às vezes a sacrificar a própria vida na defesa daquele que Santo Inácio de Loyola chamava “o doce Cristo na terra”.

Tiveram exemplos históricos para seguir.

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O Broche de ouro

A Santíssima Trindade coroa
Nossa Senhora

A Igreja louva duas atitudes aparentemente opostas mas, na realidade, complementares uma da outra: a aceitação dócil da verdade, ainda que não se conheça todas as razões e de outro lado, o procurar amorosamente as razões de ser daquela verdade.

Ambas atitudes são desejadas pela Santa Igreja, pois numa há um aceitar como o de um filho que atende o chamado da mãe, porque é mãe. De outro a do filho que, para mais amar, procura compreender as razões, ver os princípios nos quais se baseia a mãe.

Hoje, dia de Nossa Senhora Rainha, vejamos uma das razões pelas quais a Igreja A intitula assim.

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